sexta-feira, 7 de maio de 2010

O quadro

O universo do cinema cria realidades inventadas, usando recursos que nem imaginamos. Um pouquinho de como isso é feito dá para a gente contar aqui. No set, há sofás que não podem ser usados para sentar (ou melhor, isso só é permitido para os personagens/atores), pães que não serão comidos, cozinhas municiosamente montadas que não vão servir para fazer o almoço de ninguém...



Guilherme (joelson Medeiros) em "sua sala" (foto de Soraya Ramalho)


Às vezes, você vê os personagens em seus momentos mais íntimos, em total solidão, seja ela intencional ou o resultado de um rumo inevitável na vida.
Assistimos a essas cenas, envolvidos pelo sentimento transmitido por diversos elementos planejados e trabalhados a fim de compor o harmonioso (ou perturbador) “quadro” final.



Ruth (Via Negromonte)e Raul (Daniel Dias). (foto: Soraya Ramalho)


Já deu para perceber aqui no blog como esses personagens, vivendo seus momentos mais íntimos, estão na verdade cercados por diversas pessoas que fazem parte da produção e da captura das imagens, diretores, técnicos, assistentes, etc...



Mário (Herson Capri). (foto: Soraya Ramalho)


Dentre os mais de oitenta profissionais envolvidos diretamente na produção do filme, está a produtora de locação Naiana Moura.



Da esquerda para a direita: a produtora de locação Naiana Moura, o diretor de arte Fabio Vasconcelos e a Assistente de Direção de Produção Patrícia Sousa. (foto: Danielle Lopasso)


É a produtora de locação quem encontra os locais mais adequados para servir como apartamentos, escritórios, hospitais, ruas onde acontecem acidentes, árvores especiais, jardins...



No jardim da casa de Guilherme... (foto: Soraya Ramalho)


Essas ilusões criadas com muito suor, inclusive, nos sensibilizam quando estamos em frente à telona. São ilusões tão reais que podem nos marcar a ponto de permanecer em nossa memória durante todo um dia, uma noite...



... ou até por toda uma vida. Na foto de Soraya Ramalho: Ruth (Via Negromonte)


No processo de construção de uma “realidade inventada”, alguns elementos que dão um belo resultado tornam a filmagem um tanto complicada. Por exemplo, um simples espelho no quarto.



Ruth (Via Negromonte). Hoje, essa cena precisou ser rodada diversas vezes, por conta do espelho. Foi preciso um cuidado máximo para que nenhum dos componentes da equipe técnica aparecesse refletido. Aliás, essa foto não vai ser usada... quem mesmo estava passando por aí nessa hora? (foto: Soraya Ramalho)


O cinema , no início, nem era considerado arte, mas conquistou seu espaço e passou a ser denominado como “sétima arte”. Em “As Mães de Chico Xavier”, convivem duas artes em especial : o cinema e as artes plásticas. E não é só por causa do diretor Halder Gomes...



Dá para adivinhar quem é? (foto: Soraya Ramalho)


Outros tipos de arte irão estar presentes, de uma forma ou de outra, mas o destaque está por conta de dois personagens que são artistas plásticos: Santiago (Gustavo Falcão) e Ruth (Via Negromonte).



Ruth (Via Negromonte). (foto: Soraya Ramalho)


Ruth é quem mais vivencia esse lado artístico para nossa contemplação. Sua arte é, para o filme, muito mais do que uma forma da personagem expressar o mundo interior...



Ruth (Via Negromonte). (foto: Soraya Ramalho)



O diretor Halder Gomes. (foto: Soraya Ramalho)

Você acredita que o artista plástico Vando Figueiredo, o diretor Halder Gomes e Ruth estão pintando o mesmo quadro? Como assim? Bom, há um quadro já finalizado, outro em fase inicial e outro que é uma réplica do original. Tudo para realizar a filmagem das cenas em diferentes momentos.

Ficou curioso para saber que quadro é esse?

Bom, paramos por aqui, pois há mistérios que precisam permanecer,
Para você desvendá-los na sala de cinema...

(Texto: Valéria Dallegrave)

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